Benjamin Junge é professor e presidente do Departamento de Antropologia da SUNY New Paltz. Sua pesquisa se concentra nos “pobres outrora em ascensão” do Brasil, um grupo que teve uma mobilidade social e econômica significativa no início do século XXI, mas que depois enfrentou uma precariedade crescente devido a crises econômicas e políticas. Ao empregar métodos interdisciplinares de antropologia, sociologia, ciência política e história, contribui para discussões sobre mobilidade de classe, identidade e redução da pobreza no Brasil e na América Latina. Seu projeto atual, “‘Family is Everything’: Generational Friction, Social Media, and Political Polarization at Election-Time in Recife, Brazil”, explora a dinâmica familiar e as identidades de classe entre os pobres do Brasil, outrora em ascensão, com foco no papel da mídia social durante crises políticas. Seu trabalho foi apoiado pela National Science Foundation (EUA) e pela Comissão Fulbright do Brasil. Dr. Junge está comprometido com a pesquisa interdisciplinar e pretende contribuir com as redes globais que tratam de questões sociais relacionadas à desigualdade e à convivência.
Projeto: Navegando pela Precariedade: Fricção Familiar, Identificação de Classe e Mobilidade Urbana entre os Pobres do Brasil
Resumo:
A pesquisa proposta investiga a identificação de classe entre os “outrora pobres” do Brasil, um grupo demográfico que experimentou uma mobilidade social, econômica e geográfica ascendente durante o início do século XXI, seguida por um aumento da precariedade devido a crises econômicas, políticas e culturais. Com base na investigação antropológica, o estudo emprega metodologias interdisciplinares, incluindo trabalho de campo etnográfico, entrevistas semiestruturadas e métodos de pesquisa, para explorar as tensões e dinâmicas dentro dessas famílias, especialmente quando elas navegam pela polarização política e pela influência da mídia social. A pesquisa se concentra em Recife, Brasil, examinando como as relações intrafamiliares, as identidades de classe emergentes e a mobilidade urbana se cruzam com mudanças sociais mais amplas. Um aspecto fundamental do estudo é a exploração de como a mídia social intensifica ou atenua os atritos políticos e geracionais dentro das famílias, destacando o papel das plataformas digitais na formação de subjetividades políticas. Além disso, a pesquisa se aprofunda nas dimensões espaciais da identidade de classe, investigando como o acesso a espaços urbanos influencia as aspirações e identificações de classe. Esse projeto contribui para a compreensão das experiências vividas pelos “pobres que já foram grandes” do Brasil e oferece insights sobre os temas mais amplos de convivência e desigualdade.
Disciplina principal: Antropologia
Publicações selcionadas:
Junge, Benjamin (2021): “‘Family Is Everything’: Generational Tensions as a Work-Class Household from Recife, Brazil, Contemplates the 2018 Presidential Elections,” in: Junge, Benjamin; Mitchell, Sean T.; Jarrin, Alvaro; Cantero, Lucia (eds.), Precarious Democracy: Ethnographies of Hope, Despair, and Resistance in Brazil, New Brunswick, NJ: Rutgers University Press, 25–37.
Junge, Benjamin; Mitchell, Sean T.; Klein, Charles; and Micheli, David De (2022): “What Happened to the ‘New Middle Class’? The 2016 BORP (Brazil’s Once-Rising Poor) Survey”, Latin American Research Review, 57, 3, 573–589.
Junge, Benjamin; Mitchell, Sean T.; Klein, Charles H.; Spearly, Matthew (2022): “Mobility Interrupted: A New Framework for Understanding Anti-Left Sentiment Among Brazil’s ‘Once-Rising Poor’”, Latin American Politics and Society, 65, 2, 1–30.
Junge, Benjamin; Pereira, Pamella Liz Nunes; Chiarelli, Raisa Lassance (2020): “New Identities for a ‘New Middle Class’: Media Incitements to Class Subjectivity in Brazil, 2008–2012 [PT] Novas Identidades Para Uma ‘Nova Classe Média’: Incitações Midiáticas à Subjetividade de Classe No Brasil, 2008–2012”, Eikon, 1, 7, 63–76.
Junge, Benjamin; Tavares, Álvaro Prado Aguiar (2020): “Subjetividades móveis: Sentidos de periferia e percepções da crise entre motoristas de Uber em Recife,” Novos Estudos CEBRAP, 39, 1, 103–23.