Mecila
30 Oct

Transições Justas

Movimentos, saberes e diálogos

Casa Carlito Maia, São Paulo

Acerca del evento

Data: 30 e 31 de outubro de 2025
Local: Casa Carlito Maia – Alameda Nothman 806, 2º andar, Campos Elíseos – São Paulo

O objetivo da oficina Transições Justas é criar um espaço de debate e coprodução participativa de conhecimento, resultante da interação entre pesquisadores e ativistas, sobre os sentidos e disputas em torno das transições justas no contexto da crise climática. Busca-se construir pontes entre agendas, campos de ação e perspectivas críticas, em um momento estratégico que antecede a COP30 e a Cúpula dos Povos. À medida que o Brasil se torna o epicentro dos debates climáticos com a COP30, a oficina representa uma oportunidade de engajamento crítico e prático com a agenda das transições justas. A programação será desenvolvida por meio de diferentes atividades, incluindo visita a uma experiência, trabalho em grupo, apresentação de resultados de pesquisa e compartilhamento de experiências ativistas.

A oficina integra a Fellowship em Narrativas Urbanas de Convivialidade-Desigualdade 2025 (UNF). O conceito de transições justas, foco central do projeto de pesquisa da UNF 2025, tem ganhado destaque crescente nos últimos anos no contexto da crise ecológica. Ele vem sendo adotado por uma ampla gama de atores, como organizações internacionais, governos, empresas, movimentos sociais e organizações da sociedade civil,  ainda que, muitas vezes, com significados divergentes e, em alguns casos, conflitantes. A noção também tem sido aplicada em múltiplos setores, incluindo agricultura, energia, desenvolvimento urbano, trabalho, entre outros. Diante desse cenário plural, a oficina busca oferecer uma contribuição crítica e situada ao debate sobre transições justas.

Inscrição: ahttps://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScGRbxV6IKOA-zwnKErV0PwOyPcfJL5KwgSBDv7DmMpfhfM-w/viewform

Comissão Organizadora:
Marco Teixeira (Mecila)
Letícia Luz (Universidade Federal da Bahia)
Bruno Prado (AS-PTA)
Waleska Queiroz (Observatório das Baixadas)
Zildinete Silva (Casa Carlito Maia)
Vinicius Antonucci (Casa Carlito Maia)

Programação

30 de outubro

 14:00–15:00 – Sessão de abertura, apresentação das pessoas participantes e da metodologia da oficina

15:00–17:00 –Trabalho em grupo sobre transições justas
Sessão dedicada ao debate em grupo sobre transições justas e suas múltiplas interpretações por diferentes atores, com destaque para as perspectivas ativistas e científicas, considerando enfoques interseccionais de gênero, raça, geração, territorialidades, entre outros.
Moderação: Marco Teixeira (Mecila)

17:00–17:30 – Café da tarde com alimentos da agricultura familiar e reforma agrária

 17:30–19:30 – Roda de conversa “Transições Justas: Campo, Cidades e Periferias”
Esta roda de conversa examina as transições justas nos espaços urbanos, com ênfase nas contribuições de movimentos sociais, coletivos e organizações de base, especialmente de bairros periféricos e territórios marginalizados. O debate focará em como iniciativas territoriais respondem à crise climática e socioambiental articulando agendas políticas, desenvolvendo soluções comunitárias e fomentando novas práticas organizativas. O debate coloca em diálogo cidades e territórios distintos, permitindo uma perspectiva comparada sobre como os contextos locais moldam as práticas ativistas.

  • Bárbara Loureiro (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST)
  • Dalila Calisto (Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB)
  • Waleska Queiroz (Observatório das Baixadas)
  • Thuane Rodrigues (Thux) (PerifaConnection)
  • Viviane Almeida (BrCidades)
  • Tilmann Heil (Universidade Católica de Lovaina)

Moderação: Letícia Luz (Universidade Federal da Bahia – UFBA)

 

31 de outubro

09:00–10:30 – Café da manhã com alimentos da agricultura familiar e reforma agrária e visita guiada ao Armazém do Campo e Casa Carlito Maia

10:30–12:30 – Roda de conversa “Transições Justas: Sistemas Alimentares e Usos da Terra”
O estudo Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa dos Sistemas Alimentares no Brasil revelou que, em 2021, os sistemas alimentares foram responsáveis por 73,7% das emissões brutas totais do país. Desse total, 56,3% tiveram origem no uso da terra e mudança de florestas — como desmatamento e conversão de vegetação nativa em pastagens e lavouras — enquanto 33,7% vieram da agricultura e pecuária. Esses números mostram que o debate sobre transições justas nos sistemas alimentares é indissociável das discussões sobre os usos da terra e que essa conversa é fundamental no enfrentamento da crise climática. Nesta seção, participantes vão ser convidados/as a compartilhar suas perspectivas de como a transição de sistemas alimentares tem sido realizada em diferentes territórios.

  • Adriane Formigosa (Instituto Mapinguari)
  • Marco Teixeira (Mecila)
  • Raquel Almeida (Movimento Brasil Popular – Cozinhas Populares)
  • Bruno Prado (AS-PTA)
  • Stefan Costa (Centro Brasileiro de Justiça Climática)
  • Igor de Souza (Mecila)
  • Patrícia Cornills (O Joio e o Trigo)

Moderação: Waleska Queiroz (Observatório das Baixadas)

12:30–14:00 – Almoço com alimentos da agricultura familiar e reforma agrária

 14:00–16:00 – Roda de conversa “Transições Justas e Mundos do Trabalho”

O conceito de transição justa surgiu nos movimentos trabalhistas nos anos 1970, quando a regulação ambiental foi usada como justificativa para demissões em massa. Desde então, ampliou-se e foi apropriado por múltiplos setores, mantendo, contudo, em seu núcleo, a defesa do trabalho decente e de um meio ambiente saudável. Este painel revisita as origens sindicais e recontextualiza o conceito a partir das experiências brasileiras contemporâneas, analisando as transformações do trabalho no contexto da crise climática. O debate também enfatiza as dinâmicas de classe e destaca as contribuições do Brasil para a discussão global.

  • Táli Pires de Almeida (Central Única dos Trabalhadores – CUT)
  • Letícia Luz (Universidade Federal da Bahia – UFBA)
  • Natália Lobo (Marcha Mundial das Mulheres)
  • Isabella Walter (Movimento pela Soberania Popular na Mineração – MAM)

Moderação: Bruno Prado (AS-PTA)

16:00–18:00 – Debate em plenária: síntese coletiva e agendas para aprofundamento

18:00–18:30 – Café de despedida com alimentos da agricultura familiar e reforma agrária

18:30–19:00 – Sessão de encerramento