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O que resta a dizer sobre uma catástrofe quando as tantas formas de registro que existem sufocam nossa percepção? Há algo a ser narrado sobre um evento que é contado simultaneamente por milhões de vozes e olhares imediatamente acessíveis?
Nesse último episódio da série Contando Catástrofes, dois escritores falam sobre os potenciais da ficção especulativa para abordar eventos catastróficos e sobre os limites de formas como o romance realista numa era de visibilidade total.
Nosso papo é com Daniel Galera, autor de romances e ensaios que em seu último livro, “O Deus das Avencas” seguiu em duas das novelas o caminho da ficção científica. A gente aborda uma delas mais de perto, Bugônia, e a possibilidade de conviver com o fim do mundo.
E também com Alê Santos, autor transmídia que se filia ao movimento cultural do Afrofuturismo pra produzir suas obras. Ao criar mundos e personagens a partir de uma perspectiva afrocentrada, ele mostra como as experiências e valores culturais da negritude servem de alicerce para imaginar futuros.
Entrevistados
Daniel Galeraé escritor, ensaísta e tradutor. Iniciou sua carreira literária de forma independente, publicando textos na internet e lançando seus primeiros romances pela editora Livros do Mal, fundada por ele em parceria com Daniel Pelizzari e Guilherme Pilla. Seu livro mais recente, O Deus das Avencas, traz incursões do autor pela ficção científica. É também autor de barba Ensopada de Sangue (Prêmio São Paulo de Literatura, 2013), Meia-Noite e Vinte, entre outros romances.
Alê Santos é um autor afrofuturista, roteirista e podcaster, responsável pelos podcasts Infiltrados no Cast e Ficções Selvagens, onde desenvolveu narrativas de ficção científica em áudio. Colaborou também com publicações jornalísticas como Super Interessante e The Intercept Brasil. Seu livro O Último Ancestral foi finalista dos prêmios Jabuti e CCXP em 2022.