Crise Climática, Transições Justas e Narrativas de Convivialidade-Desigualdade
Marco Antonio Teixeira é doutor em Sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi pesquisador pós-doutorando na Universidade de Heidelberg (2023-2025) e anteriormente na Freie Universität Berlin (2019-2023). Com mais de quinze anos de experiência em academia, setores público e privado, movimentos sociais, ONGs e organizações internacionais, desenvolveu expertise em movimentos sociais, sistemas alimentares, justiça socioambiental e climática, desigualdades sociais, transições justas e interseccionalidade. Recebeu o Prêmio Maria de Nazareth Baudel Wanderley pela melhor tese de doutorado da Rede Brasileira de Estudos Rurais em 2021. Seu trabalho se concentra em impulsionar mudanças transformadoras para enfrentar desafios socioambientais e econômicos urgentes, com ênfase especial na redução das desigualdades e promoção da justiça social.
Resumo:
Esta pesquisa investiga as narrativas de transições justas entre ativistas nos eventos simultâneos da Cúpula dos Povos e da COP30 em Belém, Brasil, explorando como diferentes agentes negociam configurações de convivialidade dentro da crise climática. Focando na territorialidade única de Belém—uma cidade no coração da Amazônia—o estudo examina como o contexto local molda as perspectivas dos ativistas. Por meio de observação participante, entrevistas em profundidade, análise de documentos e um workshop participativo, a pesquisa revela narrativas alternativas de transição justa de ativistas frequentemente marginalizados pelos discursos dominantes. Ao analisar as interações entre ativistas e normas institucionais, o projeto contribui para os debates científicos e políticos sobre transições justas, destacando o potencial transformador das perspectivas das bases na reimaginação de futuros de convivialidade no contexto da crise climática.
Os espaços invisíveis da cidadania: a música como mediadora do pertencimento transnacional
Caio da Silveira Fernandes é doutor em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Durante o doutorado, foi bolsista Fulbright na University of Kentucky e atualmente é pesquisador no Programa Internacional de Pós-Doutorado (IPP) do CEBRAP, além de pesquisador associado do grupo de pesquisa Mobilidades, Teorias, Temas e Métodos (MTTM) da USP. Sua principal área de pesquisa abrange abordagens etnográficas sobre migração, cidadania e desigualdades nos espaços urbanos.
Resumo:
Este projeto aborda a intersecção entre arte, migração e cidadania em São Paulo. Seu objetivo é identificar e analisar espaços invisíveis que desempenham um papel significativo na reimaginação da cidadania, mas que são obscurecidos pelos aspectos formais da política. A compreensão convencional de cidadania está relacionada à filiação de um indivíduo a um estado-nação, sendo a nacionalidade central para garantir seus direitos e criar um senso de pertencimento. Consequentemente, o que não se enquadra nessa lógica torna-se invisível, incluindo indivíduos de outras nacionalidades e espaços que vão além das instituições estatais. Este projeto procura entender como a arte pode questionar a ordem, por um lado, e produzir novas ordens, por outro. Para isso, inverto a lógica convencional da cidadania ao destacar músicos da Guiné-Conacri que vivem em São Paulo e mediam as relações de convivialidade e desigualdade da cidade por meio da dança e percussão africana. O projeto envolve acompanhar as trajetórias cotidianas de quatro migrantes africanos, realizar entrevistas aprofundadas com eles e organizar três oficinas de dança e percussão em diferentes locais da cidade.
18.11 | Workshop de dança e percussão de Guiné Conacri – África
Jasmin Immonen é antropóloga social com experiência em pesquisa de políticas educativas, de juventude e de uso e ocupação do solo urbano no Peru neoliberal. Seus interesses atuais de pesquisa e de prática são o ativismo, em particular as abordagens feministas e decoloniais frente à crise e à precariedade climática, e as novas noções de bem-estar e governança para o Norte Global (ou o Mundo Minoritário).
Resumo:
O projeto “Conexões” explora como as metodologias da arte, do corpo e as metodologias alternativas são usadas para traçar conexões entre feminismo, natureza e diáspora. A arte é usada como uma ferramenta para reduzir as disparidades de poder e como recurso para desconstruir, curar e contar outras histórias. “Conexões” parte das temáticas do sentipensar mediante a arte para criar uma conexão com o público. Reúne em São Paulo um conjunto de artistas latino-americanas/os e globais com o intuito de realizar uma oficina e uma série de intervenções e atuações artísticas diversas, desde dança até as artes visuais e, assim, estabelecer conexões interpessoais e interferir na vida cotidiana. A arte se converte em uma ferramenta de unificação e auto exploração em vez de um objeto de consumo. Essas explorações buscam inverter a relação sujeito-objeto, ressaltando a interconexão sobre a separação.
17.08 | CORPO MIGRANTE – um corpo ressonante
18.09 | Corpas que voam: conexões São Paulo