Os espaços invisíveis da cidadania: a música como mediadora do pertencimento transnacional
Caio da Silveira Fernandes é doutor em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Geografia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Durante o doutorado, foi bolsista Fulbright na University of Kentucky e atualmente é pesquisador no Programa Internacional de Pós-Doutorado (IPP) do CEBRAP, além de pesquisador associado do grupo de pesquisa Mobilidades, Teorias, Temas e Métodos (MTTM) da USP. Sua principal área de pesquisa abrange abordagens etnográficas sobre migração, cidadania e desigualdades nos espaços urbanos.
Resumo:
Este projeto aborda a intersecção entre arte, migração e cidadania em São Paulo. Seu objetivo é identificar e analisar espaços invisíveis que desempenham um papel significativo na reimaginação da cidadania, mas que são obscurecidos pelos aspectos formais da política. A compreensão convencional de cidadania está relacionada à filiação de um indivíduo a um estado-nação, sendo a nacionalidade central para garantir seus direitos e criar um senso de pertencimento. Consequentemente, o que não se enquadra nessa lógica torna-se invisível, incluindo indivíduos de outras nacionalidades e espaços que vão além das instituições estatais. Este projeto procura entender como a arte pode questionar a ordem, por um lado, e produzir novas ordens, por outro. Para isso, inverto a lógica convencional da cidadania ao destacar músicos da Guiné-Conacri que vivem em São Paulo e mediam as relações de convivialidade e desigualdade da cidade por meio da dança e percussão africana. O projeto envolve acompanhar as trajetórias cotidianas de quatro migrantes africanos, realizar entrevistas aprofundadas com eles e organizar três oficinas de dança e percussão em diferentes locais da cidade.
18.11 | Workshop de dança e percussão de Guiné Conacri – África
Jasmin Immonen é antropóloga social com experiência em pesquisa de políticas educativas, de juventude e de uso e ocupação do solo urbano no Peru neoliberal. Seus interesses atuais de pesquisa e de prática são o ativismo, em particular as abordagens feministas e decoloniais frente à crise e à precariedade climática, e as novas noções de bem-estar e governança para o Norte Global (ou o Mundo Minoritário).
Resumo:
O projeto “Conexões” explora como as metodologias da arte, do corpo e as metodologias alternativas são usadas para traçar conexões entre feminismo, natureza e diáspora. A arte é usada como uma ferramenta para reduzir as disparidades de poder e como recurso para desconstruir, curar e contar outras histórias. “Conexões” parte das temáticas do sentipensar mediante a arte para criar uma conexão com o público. Reúne em São Paulo um conjunto de artistas latino-americanas/os e globais com o intuito de realizar uma oficina e uma série de intervenções e atuações artísticas diversas, desde dança até as artes visuais e, assim, estabelecer conexões interpessoais e interferir na vida cotidiana. A arte se converte em uma ferramenta de unificação e auto exploração em vez de um objeto de consumo. Essas explorações buscam inverter a relação sujeito-objeto, ressaltando a interconexão sobre a separação.
17.08 | CORPO MIGRANTE – um corpo ressonante
18.09 | Corpas que voam: conexões São Paulo