Doutorandas/os

Professora de Ciências da Educação na UNLP. Ela é bolsista de doutorado do Conicet trabalhando no IdIHCS e está fazendo seu doutorado em ciências da educação na UNLP. Sua tese de doutorado é na área de estudos de ensino superior e tem como objetivo abordar a participação dos alunos na política institucional de três universidades argentinas. Ela também trabalha como professora universitária na Investigación Educativa 1 e como coordenadora do curso de iniciação em ciências da educação na UNLP.

Agendas estudantis na construção de políticas universitárias. Um estudo de caso
A pesquisa que realiza tem como objetivo analisar a incidência das pautas estudantis nas políticas institucionais de três universidades argentinas (Universidad Nacional de La Plata, Universidad Nacional de General Sarmiento e Universidad Nacional Arturo Jauretche) no período de 2018-2022. Nas universidades públicas argentinas, existem órgãos representativos por meio dos quais as demandas estudantis podem ser viabilizadas e que tendem a dar origem a políticas institucionais que são amplamente conhecidas, embora tenham sido pouco estudadas. Com base em uma construção teórica que recupera estudos sobre o governo universitário no âmbito do ensino superior, pesquisas sobre a condição estudantil e a condição juvenil e a análise de políticas públicas, propõe-se, a partir de um estudo de casos múltiplos, aprofundar os processos de articulação e construção da política institucional das universidades das quais os estudantes fazem parte, na caracterização das políticas que os estudantes promovem em nível institucional e nas estratégias que utilizam para fazê-lo e, em particular, nos mecanismos que permitem a passagem de certas questões da agenda estudantil para a agenda das universidades.

Historiador e mestre em história pela UdeA (Universidade de Antioquia). Mestre em História pelo COLMEX. Atualmente, é estudante de doutorado em história no COLMEX e membro do Grupo de Pesquisa em História Social (GIHS) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UdeA. Seus tópicos acadêmicos e interesses de pesquisa são a história agrária e rural da Colômbia, da América Latina e do Caribe, em particular os problemas relacionados à distribuição, desigualdade, conflitos, negociações, estrutura e questões agrárias, posse, arrendamento e propriedade da terra. Também pesquisa sobre agricultura e pecuária, usando uma abordagem que coloca em diálogo as visões da história agrária com a história ambiental e climática no Caribe colombiano, durante os séculos XIX e XX.

Terra, culturas e gado. História agrária e ambiental dos vales de Sinú e San Jorge (Caribe colombiano), 1850-1970
A tese central desta pesquisa é que, no vale dos rios Sinú e San Jorge, entre as décadas de 1850 e 1970, ocorreu um processo de mudança agrária, por um lado, e um processo de transformação ambiental, por outro. Esses dois processos fizeram parte da mesma mudança histórica, o estabelecimento da pecuária como a principal atividade socioeconômica nas planícies do Caribe colombiano. A mudança agrária é argumentada por meio da transformação da estrutura de propriedade e posse da terra, ou estrutura agrária, que passou por modificações como resultado de processos de apropriação e privatização de terras devolutas, terras comunitárias e terras de reservas indígenas, destinadas à formação de fazendas de gado. Enquanto isso, a mudança ambiental é argumentada por meio da transformação dos ecossistemas e das paisagens dos vales de Sinú e San Jorge como resultado da substituição de florestas tropicais e bosques por pastos e cercados para a produção de gado.

Graduada em letras e línguas pela UNESP/FCLAr (Universidade Estadual Paulista/Faculdade de Ciências e Letras), com especialização em português, latim e alemão. Também obteve o título de mestre em estudos literários pela mesma instituição em 2020, com especialização em poética da antiguidade latina tardia. Atualmente, é doutoranda na UzK, afiliada à a.r.t.e.s Graduate School of Humanities de Colônia e ao Instituto Luso-Brasileiro da UzK, com foco em estudos brasileiros no campo da filologia românica. Seus interesses de pesquisa incluem a representação de subjetividades na literatura, bem como as dimensões políticas e sociais críticas da literatura e seu papel nos tempos contemporâneos.

A construção de subjetividades e a mitopoética em A Obscena Senhora D, de Hilda Hilst, e O Manto da Noite, de Carola Saavedra
Este projeto de doutorado examina a obra A Obscena Senhora D (1982), de Hilda Hilst, e O Manto da Noite (2022), de Carola Saavedra. Por meio de análise comparativa, enfoca a construção de subjetividades e identidades, bem como os aspectos mitopoéticos, observando a linguagem e as estratégias narrativas das autoras. A pesquisa está estruturada em três seções principais. Primeiro, é examinada a construção das subjetividades e identidades dos personagens. Em ambas as obras, as identidades dos personagens são fragmentadas em formas humanas e não humanas, passando por várias metamorfoses e transformações. Esses personagens existem em contextos turbulentos e caóticos e possuem identidades fluidas. O foco principal é como as narrativas concebem as subjetividades por meio do uso descentralizado da linguagem. Os narradores descentralizados refletem a fluidez das identidades dos personagens nos romances de Hilst e Saavedra. Na segunda etapa da pesquisa, as técnicas narrativas que expressam a descentralização e a transgressão da figura do narrador são exploradas mais a fundo, já que ambos os romances empregam uma abordagem narrativa polifônica. Essa multiplicidade de vozes que compõem o foco narrativo, juntamente com a dissolução da identidade do narrador, começa a afetar o próprio texto. Nesse sentido, a coexistência e a mescla das fronteiras dos gêneros literários são observadas em ambos os livros, de modo que o corpo do texto também experimenta o movimento constante de seus personagens. Por fim, investiga-se a transformação e a reinterpretação de mitos tradicionais para transcender e questionar o imaginário cultural ocidental. Saavedra revisita os mitos coloniais ao explorar momentos históricos da colonização do Brasil e da América do Sul, buscando reconstruir, de certa forma, as cosmologias dos povos indígenas que foram destruídas e esquecidas pela violência do passado colonial. Ao mesmo tempo, Hilst destaca o impasse entre o humano e o divino, entre a vida e a morte, de uma forma que parece revisar e contradizer aspectos dos fundamentos cristãos, em especial a ideia de um Deus onipresente e detentor de uma única verdade, a fim de confrontar o paternalismo presente no mundo ocidental. De modo geral, o objetivo principal é investigar como Hilst e Saavedra, cada um à sua maneira, abordam questões de construção de identidade e confrontam o pensamento dominante transcendendo e radicalizando as formas literárias tradicionais do romance.

Doutoranda em Antropologia pela USP e mestre em Antropologia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), foi pesquisadora visitante no Departamento de Folclore e Etnomusicologia da IU (Indiana University). É membro do Núcleo de Antropologia, Performance e Drama da USP e do Diverse Environmentalism Research Team (DERT) da IU. Co-dirigiu os documentários “A vida é um remanso e Eu vim da areia sambar” e concebeu o “encontro regional de batuques do rio São Francisco” em colaboração com comunidades quilombolas do Alto Médio São Francisco. Sua pesquisa etnográfica nessa região explora a complexa dinâmica das performances ribeirinhas, com foco no batuque de Ponto Chique, no contexto de mudanças ambientais e sociais. Ela tem experiência de pesquisa em etnomusicologia, antropologia da performance e antropologia visual.

A vida é um remanso: performance e narrativa no batuque Ponto Chique (Rio São Francisco, Brasil) no contexto de mudanças ambientais
Este projeto de pesquisa tem como objetivo investigar a relação entre performance e narrativa, analisando as reapresentações do Batuque Ponto Chique (Brasil) no contexto das mudanças ambientais e das profundas transformações do Rio São Francisco. A hipótese é que, ao articular imagens do passado ao presente, os Batuqueiros e ribeirinhos revitalizam sua comunidade e elaboram conflitos que colocam em risco os Batuqueiros, o rio e todo o meio ambiente. Nessa jornada, pretendemos desenvolver uma abordagem que envolva tanto o corpo quanto câmera em campo para analisar os significados transmitidos por meio da dança, dos sons e das narrativas, criando assim um repertório cultural significativo nesta região do curso médio superior do Rio São Francisco. Para isso, o presente experimento combina conceitos e métodos da antropologia da performance, da antropologia visual e da antropologia ecológica.

Trabalha como assistente de pesquisa no Instituto de Estudos Latino-Americanos da FUB. Obteve um mestrado em literatura românica (com especialização em espanhol e português) na FUB e, posteriormente, trabalhou como assistente universitário na PLUS (Paris Lodron Universität Salzburg) entre 2016 e 2019. Atualmente, está fazendo seu doutorado com um projeto sobre a literatura neobarroca na Argentina, Chile e Brasil como uma expressão genuína de uma estética queer latino-americana. Ele co-organizou a publicação Cuerpos diversos. Aesthetics of bodily diversity in Spain and Latin America in the 20th and 21st centuries (2023). Sua pesquisa se concentra em literaturas caribenhas, a (neo)vanguarda, o neobarroco, a representação literária e cultural de minorias a partir de uma perspectiva queer e, em referência a isso, a relação de corpos (marginalizados).

Opulência como alteridade. Ideologia e negociações de construções de identidade divergentes em literaturas neobarrocas: Néstor Perlongher, Pedro Lemebel e Herbert Daniel
Este projeto trata de três figuras excêntricas da literatura latino-americana recente: o argentino Néstor Perlongher, o brasileiro Herbert Daniel e o chileno Pedro Lemebel. Como homossexuais, todos os três enfrentaram uma grave marginalização muito cedo em sociedades marcadas pelo machismo, que se intensificou significativamente sob as ditaduras militares repressivas na Argentina (1976-1983), no Brasil (1964-1985) e no Chile (1973-1990), tornando-os ainda mais determinados a escrever contra todas as formas de opressão e marginalização em reação à experiência da alteridade. Como programa poético, eles usaram o neobarroco, uma das correntes centrais da produção artística e literária latino-americana desde meados do século passado, que se espalhou rizomaticamente pelas águas do Caribe por quase todo o continente. A estética neobarroca incorpora de forma lúdica uma ampla variedade de elementos estilísticos e combina esses fragmentos em um gesto provocativo para apontar e romper limites estabelecidos, levantando assim repetidamente a questão de como diferentes identidades são constituídas. O neobarroco pode ser entendido não apenas como um modo original de expressão da arte e da cultura latino-americanas, mas também como uma genealogia alternativa para a teoria queer na América Latina.

Bacharel em história pela UNLP e doutorando em estudos sociais interdisciplinares da Europa e da América Latina na UNLP / Universität Rostock. Ele é bolsista de doutorado do Conicet, trabalhando no IdIHCS. Seus interesses de pesquisa incluem periódicos e projetos editoriais antifascistas desenvolvidos em comunidades de língua alemã na Argentina durante a Segunda Guerra Mundial.

As tramas da identidade: o semanário Argentinisches Wochenblatt e a construção de uma referência cultural nas comunidades germano-argentinas (1939-1945)
Este projeto de pesquisa tem como objetivo investigar o semanário Argentinisches Wochenblatt e sua editora – Alemann & Cia – como referência cultural para as comunidades de língua alemã na América Latina durante a Segunda Guerra Mundial. Em particular, como plataformas para a produção, circulação e negociação de discursos mediados pela etnicidade e pela experiência migratória – forçada ou não – desse grupo. Para tanto, por um lado, analisamos os segmentos, as seções e as produções culturais publicadas no semanário cujo foco não são as grandes narrativas de guerra do período, mas que se propõem a resolver e problematizar questões do cotidiano da comunidade – sejam elas ligadas à integração, às diferenças culturais com a sociedade anfitriã ou também à manutenção da língua como principal meio de entretenimento – que são substanciais na elaboração de uma narrativa identitária. Por outro lado, é explorado o valor dessa publicação como ponto de referência política para os exilados do regime nacional-socialista na América Latina. Vários exilados trabalharam nessa publicação (entre outras revistas) em face do regime nacional-socialista e desenvolveram uma rede política e intelectual antifascista a partir dela. Nesse sentido, o ponto de partida é entender essa rede como produção literária e a prática da leitura como instâncias e meios da luta cultural contra o fascismo.