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O registro de catástrofes pode acontecer de muitas formas: na contagem de mortos, nos relatos de sobreviventes, em diários, em imagens, nos versos de poemas. O que cada uma pode nos contar dos eventos que relata? Neste segundo episódio da série “Contando Catátrofes” vamos explorar duas delas.
Susanne Klengel (FU Berlin), uma das pesquisadoras principais do Mecila, nos mostra que nem sempre esses registros são evidentes. Por trás das imagens da modernidade, ela encontrou nos versos de Pauliceia Desvairada, Mário de Andrade, imagens de como a São Paulo dos anos 1920 enfrentou a pandemia de gripe espanhola.
Depois saltamos um século, pros Diários da Catástrofe Brasileira, do escritor paulistano Ricardo Lísias. Com ele vamos discutir como se constrói uma obra que se dedica a registrar todos os dias o que o autor percebe como um cenário de catástrofe social e política vivido pelo Brasil atual.
Entrevistados
Susanne Klengel é uma das Pesquisadoras Principais do Mecila e professora no Instituto de Estudos Latino-Americanos (LAI) da Freie Universität Berlin (FU Berlin), na Cátedra de Literaturas e Culturas Latino-Americanas, desde 2009. Dentre suas áreas de pesquisa, dedica-se à memória do Holocausto na literatura latino-americana contemporânea e a teoria das relações literárias e culturais sul-sul
Ricardo Lísias é autor de romances, contos e ensaios. É autor da série de livros Diários da Catástrofe Brasileira. Publicou em 2022 A Dor Perfeita, romance sobre os efeitos da pandemia de Covid-19 em uma família, inspirado por sua própria experiência com a doença. Doutor em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo, é também autor de O Céu dos Sucidias, vencedor do Prêmio de melhor romance da APCA, Associação Paulista de Críticos de Arte –, Divórcio, Concentração e A vista particular.
Ricardo Lísias | Diário da Catástrofe Brasileira: Ano I – O Inimaginável foi eleito (2020) e Diário da Catástrofe Brasileira: Ano II: Um genocídio escancarado (2021)